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A oposição é necessária

Findando as eleições de 2024, é necessário olhar o que vem pela frente. São onze vereadores, distribuídos entre os partidos de base e um partido de oposição – o PRD. Apesar da sigla centro-direita, Gilsinho do Binega é um sindicalista, com uma história consolidada dentro do Sindicato dos Funcionários Públicos de Aparecida do Taboado.

Em sua curta passagem pelo legislativo em 2024 (indevidamente considerada nula pelo TRE-MS, na minha humilde opinião, mas não vamos entrar na discussão entre nulidade e anulação), Gilsinho se somou à combativa oposição que, com a cassação do Taturana, tinha sobrado nas mãos do Vagner Panela e do Marcinho da Saúde.

Assinou a CPI do asfalto no Jardim Primavera (proposta pelo Cezinha, que veio a se lançar pelo PL), que foi assassinada (também indevidamente, na minha humilde opinião) com a nulidade do seu mandato, mas agora ele precisa representar o desejo de pouco mais de 20% dos eleitores de Aparecida do Taboado: o da oposição.

Vamos ser sinceros: eu não invejo o Gilson. Eleitores não apenas do partido dele, mas de toda coligação e da via de esquerda (como mencionei por aqui a divisão do espectro político aparecidense em 2024) vão olhar para ele como seu legítimo representante. Na verdade, só a sua promessa nas redes sociais já é extremamente complicada: defender servidores municipais, estatutários e emergenciais, além de apoiar a realização de concursos públicos (a última tentativa vem de junho de 2018, e está suspenso pela justiça desde então).

Estar como único na oposição é o maior problema e a maior força do Gilsinho. Resta saber como ele vai utilizar isto.

Mas fato é que a existência de uma oposição é necessária, até mesmo para a legitimidade do poder público posto. Se um governante eleito tem ampla maioria no Legislativo, são dois poderes que, juntos, podem agir contra o povo – e cada vez mais o Judiciário vai ser chamado ao ringue político, o que nunca é bom.

Isto porque o conflito é necessário e salutar para a democracia, sendo não apenas legítimo como sinal de respeito para que governo e oposição possam negociar, discordar e votar sobre as propostas para a cidade. Sem um conflito de interesses posto de maneira clara e direta, a política se torna um jogo de cartas marcadas e aí… quem se importa com a democracia?

Pode não parecer em uma análise superficial, mas a forma com que as decisões são tomadas são essenciais para a crença na democracia como algo legítimo ou não – e aqui em Aparecida do Taboado, entre o cinismo da compra de votos, da manipulação do poder, e de toda sorte de conspiração antidemocrática está nas mãos de um líder sindicalista.

Que haja oposição, e que haja democracia no Taboado. Tendo ou não, estaremos lutando.

Advogado, ex-professor universitário. Doutorando em Desenvolvimento Socioeconômico pela Unesc. Filiado ao Partido Democrático Trabalhista.

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